terça-feira, 23 de agosto de 2011

Cão! Cão! Cão!

Abriu a porta e viu o amigo que há tanto não via. Estranhou apenas que ele, amigo, viesse acompanhado de um cão. O cão não muito grande mas bastante forte, de raça indefinida, saltitante e com um ar alegremente agressivo. Abriu a porta e cumprimentou o amigo, com toda efusão. "Quanto tempo!". O cão aproveitou as saudações, se embarafustou casa adentro e logo o barulho na cozinha demonstrava que ele tinha quebrado alguma coisa. O dono da casa encompridou um pouco as orelhas, o amigo visitante fez um ar de que a coisa não era com ele. "Ora, veja você, a última vez que nos vimos foi..." "Não, foi depois, na..." "E você, casou também?" O cão passou pela sala, o tempo passou pela conversa, o cão entrou pelo quarto e novo barulho de coisa quebrada. Houve um sorriso amarelo por parte do dono da casa, mas perfeita indiferença por parte do visitante. "Quem morreu definitivamente foi o tio... você se lembra dele?" "Lembro, ora, era o que mais... não?" O cão saltou sobre um móvel, derrubou o abajur, logo trepou com as patas sujas no sofá (o tempo passando) e deixou lá as marcas digitais de sua animalidade. Os dois amigos, tensos, agora preferiam não tomar conhecimento do dogue. E, por fim, o visitante se foi. Se despediu, efusivo como chegara, e se foi. Se foi. Mas ainda ia indo, quando o dono da casa perguntou: "Não vai levar o seu cão?" "Cão? Cão? Cão? Ah, não! Não é meu, não. Quando eu entrei, ele entrou naturalmente comigo e eu pensei que fosse seu. Não é seu, não?"

Moral: Quando notamos certos defeitos nos amigos, devemos sempre ter uma conversa esclarecedora.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

EDUCAÇÃO

O governo do Paraná está reduzindo/fechando turmas do Ensino Básico (Ens. Fundamental e Médio), nas Escolas e Colégios Estaduais. A media funciona da seguinte: por exemplo, uma instituição que tinha 2(duas) turmas de 5ª série, cada uma com 18 alunos, a partir de "Agosto de 2011", passará a ter apenas uma turma de 36 alunos.

Tal medida é absurda! Além da época em que é aplicada, ou seja, no meio do ano letivo. Desconsidera as especificidades de cada escola e localidade. Demonstra total desrespeito aos profissionais que perderão aulas e com aqueles que assumirão salas superlotadas. Como é possível simplesmente, no meio do ano, se fechar turmas sem prévio aviso? E como ficam os profissionais? E a readaptação dos alunos? E por que não implantar essa medida no ano letivo seguinte, ou seja, 2012?

Isso é uma falta de respeito e consideração com a Educação! Não há outro motivo para isso que não o "corte de gastos". Só para lembrar: Educação não é gasto é investimento!

VC SABIA?
Além do salário para uso pessoal cada Deputado Estadual recebe uma verba de ressarcimento (gastos para exercer o mandato – contratação de assessorias, materiais de informática, locação de móveis e equipamentos, assinatura de periódicos, etc.); verba para transporte (dentro de Curitiba e para sua cidade natal); verba postal e de telefonia e; ainda, verba para contratação de pessoal (cada candidato pode contratar até 23 pessoas para lhe assessorar em áreas como jurídica, administrativa, informática, publicitária, etc.):

* Salário Bruto: R$ 12.384,00
* Despesa de Ressarcimento: R$ 15.000,00
* Cota de Transporte: R$ 9.300,00
* Cota postal e de telefonia: R$ 3.200,00
* Verba para pessoal: R$ 42.000,00

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

CANÇÃO DO EXÍLIO








Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
(...)

O trecho de poema acima foi escrito, em 1843, por Gonlçalves Dias, grande literário Brasileiro, quando exilado em Portugal. As lembranças e imagens da terra natal floresciam na mente. Através delas, visitava o querido solo em que nasceu.

Belas lembranças Dias tinha de sua terra. Séculos depois, se ele fosse escrever o mesmo poema, qual seria a alusão que ele faria à terra natal? Seriam as "belas" imagens das queimadas e destruição das florestas? As do sofrimento das pobres vítimas do tráfico de animais silvestres? Dos rios poluídos, das vázeas e bosques devastados em prol do "progresso"? Do céu das cidades pintado pelas chaminés de indústrias e escapes de automóveis?

"Minha tinha palmeiras,
onde cantava o sabiá, (...)
Nosso céu tinha mais estrelas,
Nossas várzeas tinham mais flores,
Nossos bosques tinham mais vida, (...)"

Estamos matanto a Natureza. Não temos noção da riqueza que estamos perdendo com a Natureza que morre. Pior ainda, não temos noção que somos parte dela. E portanto, estamos morrendo com ela, e, perdendo a maior riqueza de todas: A VIDA.